Se tem uma coisa que o americano em geral faz bem é o marketing. E um tipo de marketing que oferece “geladeira para esquimó”, se é que me entendem. Um exemplo disso: por que eu preciso de uma suposta vida social on-line? No que isso me ajuda?
As perguntas não têm fim. Por que não uma vida social ao vivo e a cores? Por que é importante compartilhas meus dados e gostos pessoais na web? Significa que eu vou ganhar um presente personalizado de cada um dos meus milhares de amigos no dia do meu aniversário?
Pois bem, alguns dizem que “Deus dá e Deus tira”. Ainda no mundo virtual, adaptando essa ideia, diria que o Google dá e o Google tira. Sendo mais específico, o Google (não sozinho, claro!) deu a Inteligência Artificial e agora começa a cercear o seu uso. Isso, depois que universidades e mesmo governos nos EUA, começassem a impor limites ou banir totalmente o uso de IA.
Limites à Inteligência Artificial
Claro, estudantes deixavam suas dissertações para a máquina resolver, por exemplo, deixando de lado suas obrigações mínimas de aprendizado. O Google também passou a detectar o uso de IA em conteúdos veiculados on-line para limitar sua propagação e monetização.
Pois foi o próprio Google, em parceria com a Educa Insights, que realizou estudo sobre uso de IA no Brasil e concluiu que 70% dos estudantes brasileiros já ouviu fala algo a respeito dela. Ainda dentre as macro conclusões, notou que 3 em cada 10 deles já utilizaram ferramentas com essa tecnologia.
Os estudantes ainda revelaram ter perspectiva bastante positiva (86% dos entrevistados) quanto ao desenvolvimento da tecnologia. Eles entendem que a IA será eficaz ou muito eficaz na resolução das dúvidas e problemas. Ao passo que apenas 4% entendem que ela pouco eficaz.
Falta de interação humana
Quanto à Inteligência Artificial no ensino, esse um dos pontos mais favoráveis da IA é o acesso à informação, enquanto o mais negativo seria a falta de interação humana. Agora é hora de reler os primeiros parágrafos dessa matéria…
Segundo a interpretação dos envolvidos na pesquisa, o recado é bastante claro. É esperado pela maior parte dos estudantes (73%), que as instituições de ensino contem com recursos e tecnologias de ponta, investindo em novas tecnologias, como a Inteligência Artificial.
Thais Melendez, líder de insights para o segmento de Educação do Google no Brasil, faz sua leitura sobre algumas das conclusões do levantamento:
“Acompanhar a tecnologia e seus avanços nunca foi tão importante, mas essencial mesmo (e melhor ainda) é podermos torná-la nossa aliada e fazê-la trabalhar ao nosso favor. Pensando no futuro da educação, podemos dizer que a Inteligência Artificial vai ser o novo hack de aprendizagem. Isso porque, se analisarmos, nós já buscamos as informações que precisamos no YouTube, por exemplo. A diferença é que agora podemos dar o contexto e ter nosso tempo e esforços cada vez mais otimizados”.
Ferramenta como outra qualquer
Em tese, sua afirmação é corretíssima. A IA, como ferramenta e nas mais diferentes modalidades de uso, pode ser uma mão na roda. Por exemplo, se o objetivo é economizar tempo de busca. Agora, nunca o resultado final deixará de exigir supervisão do autor.
A pesquisa do Google se aprofundou no quesito ensino e descobriu também que os brasileiros estão cada vez mais conectados, mesmo na hora de aprender. Modalidades de ensino como cursos EAD e semipresenciais já dominam as preferências para graduação (64%), pós-graduação (75%), cursos livres (75%) e idiomas (63%).
Esse modelo híbrido é o preferido para 40% dos entrevistados interessados em ingressar em uma graduação nos próximos 12 meses. Um aumento de 15 pontos percentuais em comparação com 2022.
O futuro do ensino
Dentre os interessados em estudar no próximo um ano, o levantamento estima que 6,5 milhões de brasileiros tenham interesse em cursos livres; 3,9 milhões em realizar uma graduação e 1,1 milhão uma pós-graduação.
Não por acaso, foi registado um crescimento nas buscas no Google no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período em 2022. Pela pesquisa, as buscas sobre pós-graduação cresceram 13%; seguidas pelos cursos livres (alta foi de 8%) e graduação (7%).
A seguir, destacamos por tópicos algumas outras conclusões registradas pelo levantamento do Google:
- 38% das pessoas que querem estudar nos próximos 12 meses optaram por se inscrever no vestibular ou matricular utilizando um aplicativo em celular.
- Ainda dentro desse grupo de interessados em estudar nos próximos 12 meses, a pesquisa chegou a três perfis de pessoas: os que estão formação inicial; os que seguem a formação continuada; e os chamados lifelong learners, os que estudam ao longo da vida.
Buscas por cursos livres
Ao analisar os perfis levantados, além dos variados interesses em cada vertical de ensino, a pesquisa do Google “comprova também o interesse dos brasileiros por formações alternativas, como cursos livres“, lembra Thais Melendez:
“Só a faculdade já não dá conta de atender a imensa lista de habilidades, como inglês, programação e soft skills (habilidades comportamentais) que o mercado de trabalho exige. Por isso que, quando perguntamos aos estudantes, vemos que há muita interdisciplinaridade dentro dos interesses e objetivos buscados. Quem faz uma graduação também quer fazer um curso livre, quem está na pós também busca um idioma, e o mesmo acontece com quem quer fazer um curso livre”.
Em suma, trata-se de um recorte curioso da empresa criado a partir de entrevistas com cerca de mil estudantes em todo o país, durante o último mês de maio e por meio de questionários on-line.
